12 de fevereiro de 2016

Mudança de Curso.

Em meados de 2013 decidi, por livre e espontânea vontade, fazer algo que eu realmente gostasse quando chegasse a hora de escolher um curso. Sempre tive mais aptidão para as Humanas e nunca fui bom com as Exatas (me pergunte a tabuada do 3 ao 8 e não vou saber te responder sem fazer a conta em papel). Pois bem, o curso escolhido foi Jornalismo e até, mais ou menos, novembro essa ideia persistiu em minha mente. Era isso, e ponto.
Mas (sempre tem um), pensando nas reportagens e pautas que teria que fazer em pouquíssimas horas – porque eu queria seguir na área de Redação , acabei balançando com a ideia. Nunca consegui entregar as redações escolares no horário de aula, e por mais que eu adorasse fazer aquilo e achasse que elas ficavam boas, era preciso um dia inteiro, às vezes dois, para concluir todo o meu pensamento. O fato é, eu botei na minha cabeça de que não conseguiria realizar essa tarefa. Então, escolhi outro curso: Direito. Seria perfeito para o meu emprego pois me qualificaria a assumir cargos superiores dentro do meu departamento. 
Surgiu um cargo de diretoria técnica, mas era preciso ter curso superior, não havia outra maneira. Minha vontade de assumir o cargo era tanta que decidi fazer um curso superior tecnológico para diminuir o tempo que levaria para assumir, mesmo não sendo ideal para o departamento. Deixei de pensar em Direito e comecei a avaliar as possibilidades de cursos tecnológicos e o que mais se aproximou dos meus gostos foi Gestão da Tecnologia da Informação. Sim eu sei, da água para o vinho.
Durante todo o ano de 2014, fiquei entre Direito e Gestão da TI. Decidi que faria o curso tecnológico, conseguiria o cargo superior e depois estudaria Direito. Não quis fazer naquele ano, porque não queria começar no segundo semestre. Em 2015 minha vida acadêmica começou. A experiência não poderia ter sido mais reveladora, nada do que eu planejei se fez verdade. O curso não era o que eu queria e descobri (conversando com formados em Direito e realizando pesquisas) que direito também não era a minha “praia”.

- Você tem certeza de que quer fazer esse curso? Você gosta?
- Eu gosto de Tecnologia da Informação na prática, se parar e me ensinar como operar, eu vou aprender e vou amar, mas estudar para isso, aprender isso, a teoria disso eu não gosto.
- Então você não vai gostar.

Esse foi um diálogo – parafraseado – entre minha mãe e eu, quando comecei a fazer o curso de Gestão da TI. Lógico que eu não a escutei e fui em frente com a decisão, afinal, eu tinha a proposta de um cargo superior! Eu não poderia ter me arrependido mais. Logo no começo do curso os professores (todos eles!) falaram: “para fazer TI, tem que amar TI, tem que estar nas veias” e, é realmente assim. São calhamaços, infinitamente tediosos, sobre programação, sobre softwares e hardwares, é necessário querer aquilo com todas as suas forças para ter vontade de estudar. Eu conheci pessoas que realmente queriam aquilo, pessoas que já trabalhavam na área, pessoas que amam TI. Obviamente esse não era o meu caso.
Eu tinha que sair do curso. Primeiro, porque estava me fazendo muito mal, continuar em um lugar que eu não gostava, com o peso da “obrigação” de agradar. Segundo: eu estava gastando dinheiro (sim, nesse caso era um gasto, não investimento, já que eu não estava tirando nenhum proveito daquilo). Então, foi o que eu fiz, saí assim que acabou o primeiro semestre.
Não foi fácil contar para as pessoas que tanto esperavam de mim nesse curso, e isso é uma coisa que deve-se sempre ter em mente: você sempre – SEMPRE – vai decepcionar alguém. Vai decepcionar não porque você seja um inútil que não faz nada certo, mas por que você tem pensamentos e visões diferentes dos outros e faz o que vai ser bom para você. Mas, o mais importante de tudo, você nunca deve decepcionar você mesmo.
Minha chefe ficou abalada com a decisão, afinal ela queria que eu a substituísse, mas entendeu o meu ponto. Minha mãe já sabia, foi a primeira pessoa pra quem eu contei, e a única coisa que ela me pediu foi pra que eu voltasse aos estudos. Todos os meus amigos me apoiaram na decisão. Então, eu escolhi o curso que sempre volta para mim, o Jornalismo. Mas isso fica para uma próxima postagem.
O que eu quero dizer com essa história sobre a minha mudança de curso, é uma coisa que eu aprendi com a minha melhor amiga: você não “tem que” fazer nada pensando nos outros. Você não “tem que” terminar nada só porque é socialmente esperado. O que você “tem que”, é ser feliz com as suas escolhas e ter consciência das consequências. 

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