Em meados de
2013 decidi, por livre e espontânea vontade, fazer algo que eu realmente
gostasse quando chegasse a hora de escolher um curso. Sempre tive mais aptidão
para as Humanas e nunca fui bom com as Exatas (me pergunte a tabuada do 3 ao 8
e não vou saber te responder sem fazer a conta em papel). Pois bem, o curso
escolhido foi Jornalismo e até, mais ou menos, novembro essa ideia persistiu em
minha mente. Era isso, e ponto.
Mas (sempre
tem um), pensando nas reportagens e pautas que teria que fazer em pouquíssimas
horas – porque eu queria seguir na área de Redação –, acabei balançando com a
ideia. Nunca consegui entregar as redações escolares no horário de aula, e por
mais que eu adorasse fazer aquilo e achasse que elas ficavam boas, era preciso
um dia inteiro, às vezes dois, para concluir todo o meu pensamento. O fato é,
eu botei na minha cabeça de que não conseguiria realizar essa tarefa. Então,
escolhi outro curso: Direito. Seria perfeito para o meu emprego pois me
qualificaria a assumir cargos superiores dentro do meu departamento.
Surgiu um cargo de diretoria técnica, mas era preciso ter curso
superior, não havia outra maneira. Minha vontade de assumir o cargo era
tanta que decidi fazer um curso superior tecnológico para diminuir o tempo que levaria para assumir, mesmo não sendo ideal para o departamento. Deixei
de pensar em Direito e comecei a avaliar as possibilidades de cursos
tecnológicos e o que mais se aproximou dos meus gostos foi Gestão da Tecnologia
da Informação. Sim eu sei, da água para o vinho.
Durante todo o
ano de 2014, fiquei entre Direito e Gestão da TI. Decidi que faria o curso
tecnológico, conseguiria o cargo superior e depois estudaria Direito. Não quis
fazer naquele ano, porque não queria começar no segundo semestre. Em 2015 minha vida
acadêmica começou. A experiência não poderia ter sido mais reveladora, nada do
que eu planejei se fez verdade. O curso não era o que eu queria e descobri
(conversando com formados em Direito e realizando pesquisas) que direito também
não era a minha “praia”.
- Você tem
certeza de que quer fazer esse curso? Você gosta?
- Eu gosto de
Tecnologia da Informação na prática, se parar e me ensinar como operar, eu vou
aprender e vou amar, mas estudar para isso, aprender isso, a teoria disso eu
não gosto.
- Então você
não vai gostar.
Esse foi um
diálogo – parafraseado – entre minha mãe e eu, quando comecei a fazer o curso
de Gestão da TI. Lógico que eu não a escutei e fui em frente com a decisão,
afinal, eu tinha a proposta de um cargo superior! Eu não poderia ter me
arrependido mais. Logo no começo do curso os professores (todos eles!)
falaram: “para fazer TI, tem que amar TI, tem que estar nas veias” e, é realmente
assim. São calhamaços, infinitamente tediosos, sobre programação, sobre
softwares e hardwares, é necessário querer aquilo com todas as suas forças para
ter vontade de estudar. Eu conheci pessoas que realmente queriam aquilo,
pessoas que já trabalhavam na área, pessoas que amam TI. Obviamente esse não
era o meu caso.
Eu tinha que
sair do curso. Primeiro, porque estava me fazendo muito mal, continuar em um
lugar que eu não gostava, com o peso da “obrigação” de agradar. Segundo: eu
estava gastando dinheiro (sim, nesse caso era um gasto, não investimento, já que
eu não estava tirando nenhum proveito daquilo). Então, foi o que eu fiz, saí assim
que acabou o primeiro semestre.
Não foi fácil
contar para as pessoas que tanto esperavam de mim nesse curso, e isso é uma
coisa que deve-se sempre ter em mente: você sempre – SEMPRE – vai decepcionar
alguém. Vai decepcionar não porque você seja um inútil que não faz nada certo,
mas por que você tem pensamentos e visões diferentes dos outros e faz o que vai
ser bom para você. Mas, o mais importante de tudo, você nunca deve decepcionar
você mesmo.
Minha chefe
ficou abalada com a decisão, afinal ela queria que eu a substituísse, mas
entendeu o meu ponto. Minha mãe já sabia, foi a primeira pessoa pra quem eu
contei, e a única coisa que ela me pediu foi pra que eu voltasse aos estudos.
Todos os meus amigos me apoiaram na decisão. Então, eu escolhi o curso que
sempre volta para mim, o Jornalismo. Mas isso fica para uma próxima postagem.
O que eu quero
dizer com essa história sobre a minha mudança de curso, é uma coisa que eu
aprendi com a minha melhor amiga: você não “tem que” fazer nada pensando nos
outros. Você não “tem que” terminar nada só porque é socialmente esperado. O
que você “tem que”, é ser feliz com as suas escolhas e ter consciência das
consequências.
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