Entrei no
primeiro vagão do metrô em direção a minha faculdade. No começo só reparava
nela, seus olhos vermelhos, tentando não chorar mais. Depois eu percebi que ele
estava tentando manter o amor dos dois vivo. Ele pediu desculpas milhões de
vezes. Meu destino ficava cada vez mais próximo. Os braços dele cercavam-na,
ele tentava de todas as formas trazê-la de volta. Ela resistia, mas o amor
ainda não tinha acabado para ela.
Eu sempre vejo
casais dentro dos trens que levam para todos os lugares (às vezes até eu sou um
desses casais). Sempre os vejo e sinto um carinho por aquela demonstração de
afeto em público. É bom ver que o mundo ainda possui espaço para o amor.
Os dois me
fizeram pensar: quando podemos decretar o fim de um amor? É depois de uma
traição? Não, não dá pra acreditar nisso. Para mim o amor vai acabando aos
poucos, deixar de amar é tão louco quanto começar a amar. No começo do amor os
sentimentos se misturam com felicidade, ansiedade, desejos e sonhos. No final
os sentimentos que se misturam são diferentes: você não sabe se fica triste, se
sente raiva, se aliviou ou pesou mais.
Contudo,
aqueles dois... Ainda havia a resistência de fazer dar certo. Mesmo com todas
as lágrimas, mesmo os problemas sendo jogados na cara, mesmo expondo todos os
defeitos. Não, o amor deles não acabou ali.
Então, eu
desço e até os vagões sumirem no túnel, eu os vejo abraçados um no outro, como
se pudessem consertar tudo, só com aquele ato.
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