16 de março de 2016

RESENHA: Mesmo Se Nada Der Certo (Begin Again)


Um rapaz convence sua amiga a tocar uma de suas composições em um bar. Uma compositora que terminou um relacionamento recentemente é convencida a tocar uma de suas músicas em um bar. Um produtor falido está bebendo em um bar até que ouve a sua próxima grande descoberta. Pode parecer loucura, mas o filme começa exatamente assim, mostrando esses três pontos de vista e com essa originalidade, ele já te conquista nas primeiras cenas.
No começo todos os personagens são fracassados. O produtor Dan, interpretado por Mark Ruffallo, demitido de sua própria gravadora após cair no alcoolismo, devido à separação com a mulher e filha, está em busca da nova revelação musical que vai salvá-lo disso. Gretta (Keira Knightley), é uma cantora e compositora que namorava o astro Dave Kohl (Adam Levine), até que este assina um contrato com uma gravadora de grande porte e deixa tudo pra trás, inclusive sua namorada. Steve (James Corben) é um musico que toca nas ruas de Nova York e não agrada ninguém.


A trama vai se desenvolver a partir do momento que o personagem de Ruffallo descobre Gretta cantando no bar e imagina outros instrumentos acompanhando a cantora em sua adorável “A Step You Can’t Take Back”. Daí o filme vai te encantando cada vez mais com a voz doce de Keira, cantando nesse quase musical. Dan decide que quer gravar um disco com ela, por toda a cidade, em lugares públicos, de baixo de pontes, remando no lago do Central Park, em becos, com vozes de crianças na fofíssima “Coming Up Roses”...
Engana-se quem acha que fica só na produção do disco, que por si só já é muito incrível. John Carney, o diretor do filme, aposta no relacionamento entre pai e filha após a separação, até mesmo  no relacionamento com a ex-mulher. Dan vai descobrindo coisas sobre a sua família, como o talento de sua filha na guitarra, elas acabam ajudando na produção e ele vai se reaproximando delas até o final do filme.
Dave volta pra cidade pra um show, tenta contato com a Gretta após ela mandar uma mensagem cantada dizendo “o amei como uma idiota”. Ela ouve seu novo disco e percebe que ele usou a música que ela fez pra ele, chamada de “Lost Stars”, mas que mudou todos os acordes e tirou toda a emoção da música apenas pra se tornar um hit. Ele a convida pro show e lá ela toma a decisão mais certeira de sua vida. Uma música pode salvar a sua vida, e todos os personagens sabem disso.


O filme acaba com aquela sensação maravilhosa de realização, você sai da frente da tela com vontade de começar a descobrir a sua cidade e o que ela tem a te oferecer em questão de arte. O sorriso de Gretta ao final representa muito bem o que todos nós deveríamos sentir: satisfação com o que se faz e consigo mesmo. Somos puxados pra realidade, mostrando que a vida não é só feita de relacionamentos e que descobrir o melhor de nós é tão importante quanto o amor.
Antes de finalizar essa resenha, gostaria de indicar a trilha sonora do filme que é toda cantada pelos atores, com participações especiais de CeeLo Green (que também aparece no filme) e Hailee Steinfeld que interpreta Violet, a filha de Dan. A trilha sonora (igualzinha as músicas do filme - até no som ambiente) nos faz ter vontade de assistir tudo de novo sempre que uma música começa a tocar. 

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