7 de março de 2016

Começo e alunos "perdidos".

Estou cursando, enfim, Jornalismo. Na segunda semana de aula, as coordenadoras Jornalismo (JO) e Publicidade e Propaganda (PP), deram uma palestra informando coisas novas e reforçando coisas que outros professores já tinham dito. Explicaram sobre as disciplinas optativas que vamos ter ao longo de todo o curso, sobre as matérias de EAD, sobre a área do aluno, estágios... Fomos informados, ainda, que a sala seria dividia devido à grande quantidade de alunos, já que juntaram os cursos durante o primeiro ano.
Essa palestra foi muito importante pra mim. Quando a coordenadora de JO começou a falar do curso e da profissão de Jornalista, começou a ferver em mim uma felicidade imensa. Toda vez que ela falava algo sobre a profissão e os meios de trabalho eu ficava mais feliz. Foi mais um momento daqueles em que eu tive um insight de uma coisa que eu tenho repetido sempre: é isso que eu quero, e  quero escrever sempre!
Saí de um curso e mudei para outro. Mesmo sabendo que outras pessoas já tinham feito isso na vida, tive receio de ser o único nessa nova Universidade. Estar enganado me deixou aliviado e preocupado. Aliviado porque vi que não era só eu que tinha feito essa troca, alguns tinham abandonado um curso no último semestre, alguns no primeiro (como eu), outros estavam mudando totalmente de profissão após algum tempo trabalhando em algo que não os satisfazia.
A preocupação surgiu devido a tantas pessoas passarem por isso. Então comecei a me questionar o porquê disso.  Quando eu estava no ensino médio, umas das coisas que eu mais ouvia, era que eu tinha que escolher uma profissão que desse dinheiro.  Escutava um pingado de gente dizendo que se deveria fazer o que se gosta. Pais e pessoas mais velhas estão, na maioria das vezes, junto com o povo do dinheiro. Afinal, eles querem que você seja bem-sucedido profissionalmente.
O que quase ninguém percebe é que sucesso não é só questão de receber muito pra realizar um trabalho. Sucesso envolve outras coisas, como fazer bem o que se faz. O que não dá certo por muito tempo, se você não ama o que está fazendo. Quando não se sente prazer em fazer algo, a vontade de realizar qualquer coisa que seja, acaba. Isso não é novidade pra ninguém. Aí, algo que era pra fazer parte de uma rotina satisfatória torna-se um infortúnio.
Nas outras opções, eu visava apenas o dinheiro, como se ser um profissional de sucesso dependesse só do curso que você faz na faculdade. Várias coisas estão envolvidas, como capacidade, outros cursos, disposição, prazer e outras tantas coisas que você vai descobrindo ao longo da sua jornada. Como eu acredito em todas essas coisas, não consigo ver motivo para se obrigar a fazer algo que não gosta realmente, só por causa do dinheiro.
Ao falar sobre a mudança de curso as pessoas vinham com discursos muito parecidos com: “Era chato demais”, “Não combinava comigo”, “Eu sempre gostei de escrever, não sei o que fui fazer num curso de exatas”. Basicamente o que eu mesmo disse. Então, porque se obrigar a fazer algo? Exatamente o que eu disse antes, nós somos cobrados pela sociedade a ser bem-sucedidos, ter dinheiro, fazer algo que “valha a pena”, agradar os nosso pais. O mais cruel é que isso tudo acontece naquela transição do ensino médio, que você não sabe o que está fazendo da vida, não sabe como vai ser o futuro, mas todo mundo quer que você saiba. TEM QUE. SABER. IMEDIATAMENTE. Rápido, escolha o que você vai fazer pro resto da sua vida enquanto tem 17/18 anos de idade!
Analisando os alunos da minha sala consigo ver que tem muita gente assim. Principalmente as pessoas que escolheram Publicidade e Propaganda (a grande maioria), um curso que já está ficando saturado devido à grande busca. Tem muita gente ali que não faz ideia do que está fazendo da vida e o pior é que não adianta falar nada, essa é uma coisa que a pessoa descobre sozinha ou nunca descobre. Só consigo torcer para que não seja doloroso e que no final haja algum aprendizado.
Então, pra quem ainda não sabe o que quer, ou sabe e sua escolha não agrada aos outros, aí vai um recado: escolha com calma, veja vídeos sobre o seu curso, procure relatos de alunos, veja a relatividades do mercado de trabalho e o mais importante, não faça suas escolhas para agradar alguém (que não você mesmo). Vou indicar um vídeo, da Lully de Verdade, que já citei aqui no blog, sobre Faculdade x Mercado de trabalho. 



Então é isso, espero conseguir ajudar alguém com essas palavras. Não se desesperem.  

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